segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ato em defesa da soberania e do patrimônio público

21/10/2010

Trabalhadores e trabalhadoras tomam às ruas para mostrar que o Brasil quer continuar mudando, com fortalecimento do estado e justiça social

Escrito por: Imprensa da FUP e Sindicato dos Bancários de Brasília


A Avenida Rio Branco, cartão postal das principais manifestações populares do Rio de Janeiro, foi palco nesta quinta-feira, 21, de um ato histórico em defesa do patrimônio público e da soberania nacional. Cerca de 10 mil pessoas cobriram a principal avenida do centro da cidade com faixas, cartazes e bandeiras contra a privatização do pré-sal e das empresas públicas e estatais. A manifestação foi convocada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, em defesa do emprego, dos direitos, do patrimônio público e da soberania nacional.

Entoando refrões e palavras de ordens contra as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso - cujo ministro era José Serra, atual candidato da coligação PSDB/DEM, os manifestantes deixaram claro que o pré-sal é do povo brasileiro e não das multinacionais. “Não, não, não à privatização. O petróleo é nosso e não abrimos mão”, gritavam.

A mobilização teve início por volta das 15 horas, em frente à Igreja da Candelária, ponto de concentração, para onde se dirigiram trabalhadores, estudantes secundaristas e universitários, aposentados, donas de casa, sem terra e militantes dos mais diversos movimentos sociais. Petroleiros da Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas, Macaé, Duque de Caxias, Rio de Janeiro e de outros estados do país somaram-se ao ato, junto com bancários, metalúrgicos, eletricitários, camponeses, trabalhadores dos estaleiros, da construção civil, dos Correios e de outras categorias.

O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, participou da manifestação, junto com o vice-presidente da Central, José Lopez Feijóo. A CUT foi uma das organizadoras do ato, ao lado da CTB, Força Sindical, CGTB, FUP, Sindipetro-RJ, MST, Via Campesina, UNE e UBES.

“A juventude não foge às ruas e tem lado. Defendemos as escolas técnicas, o programa de banda larga para todos, o Prouni e os demais avanços sociais deste governo. Dizemos não ao retrocesso e às privatizações”, ressaltou Gabriela Valentin, da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

Já passava das 17 horas, quando os manifestantes se dirigiram à Avenida Rio Branco, em passeata, arrastando pelo caminho diversas pessoas que, após seus expedientes de trabalho, somaram-se, espontaneamente, à mobilização em defesa do pré-sal para o povo brasileiro e contra as privatizações e o retrocesso. A passeata seguiu pela Avenida Chile, onde ficam localizados a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, patrimônio público que no passado foi sucateado pelo governo do PSDB/DEM. Em frente à Petrobrás, os manifestantes deram continuidade ao ato.

Do alto do carro de som, dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais e estudantis se manifestaram contra o retrocesso e a volta do projeto da direita de privatização, arrocho salarial, desemprego, ataques a direitos, submissão ao FMI, criminalização dos movimentos sociais. Eles ressaltaram que o Brasil quer continuar mudando, com fortalecimento do Estado e justiça social. Imprensa

“Este é um ato histórico para o futuro do Brasil. O que está em jogo nesta eleição é o futuro dos nossos filhos e netos. Por isso, os trabalhadores estarão nas ruas até dia 31, manifestando-se contra o retrocesso e a volta das privatizações. Lula e Dilma levaram oito anos para o Brasil chegar lá em cima. Não vamos permitir que a direita empurre o país Serra abaixo”, enfatizou o presidente da CUT, Artur Henrique. “No governo FHC, as encomendas da Petrobrás eram feitas no exterior. Hoje, são os nossos metalúrgicos que constroem as plataformas e navios petroleiros”, ressaltou o presidente da CTB-RJ, Maurício Ramos.

“A Petrobrás e todo o patrimônio público deste país foram construídos com o suor e o sangue dos trabalhadores e do povo brasileiro. Um Estado que não respeita a classe trabalhadora não é um Estado forte”, declarou Sônia Mara Maranho, da Via Campesina. “A Petrobrás e o BNDES, que no governo dos tucanos, eram utilizados em benefício do capital privado, das privatizações, hoje estão a serviço do desenvolvimento do país, da geração de empregos”, destacou Emanuel Cancela, secretário geral do Sindipetro-RJ.

O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, ressaltou os riscos que a privatização do pré-sal representa para a soberania nacional e o futuro do povo brasileiro. “Estamos neste ato histórico nos manifestando contra aqueles que promoveram o maior projeto de privatização do planeta. Os mesmos que querem agora privatizar o pré-sal, a maior descoberta petrolífera dos últimos 30 anos”, denunciou Moraes, referindo-se às recentes declarações feitas por David Zylberstajn, assessor de José Serra, responsável pelas propostas do candidato para o setor de energia. Zylberstajn foi diretor geral da Agência Nacional de Petróleo, no governo FHC, e um dos mais ferrenhos defensores da privatização da Petrobrás. Para ele e seu partido PSDB, o pré-sal deve ser explorado com base no atual modelo de concessão, que entrega às empresas privadas a propriedade de todo o petróleo e gás descobertos. O assessor de Serra também é contra o fortalecimento da Petrobrás e já anunciou que o PSDB não permitirá que a estatal seja operadora única do pré-sal.

A manifestação foi encerrada, por volta das 19 horas, com um abraço simbólico da Petrobrás, empresa que é símbolo de nacionalismo, soberania nacional e resistência popular contra as privatizações. De mãos dadas, os manifestantes formaram um imenso cordão humano e contornaram o prédio da estatal. Ao som do Hino Nacional, brasileiros e brasileiras, jovens e adultos das mais diversas gerações deixaram a emoção tomar conta e gritaram em alto e bom som que o Brasil não admitirá retrocesso.

Vigília em defesa do patrimônio público

Durante o ato em defesa do patrimônio público, vários trabalhadores sem terra e integrantes da Via Campesina iniciaram uma vigília em frente à sede da Petrobrás. Cerca de cem camponeses permanecerão acampados no local até o dia 31, manifestando-se contra o retrocesso e a volta do projeto privatista da direita, que também tem por eixo a criminalização dos movimentos sociais. A vigília ocorrerá simultaneamente em várias outras capitais do país.

Em Brasília, abraço simbólico em defesa do patrimônio público

Um grande abraço simbólico em frente ao edifício Sede I do Banco do Brasil marcou nesta quinta-feira (21) o ato público convocado pela CUT e demais centrais sindicais em defesa das empresas estatais, pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e pelo fortalecimento do Estado brasileiro. O protesto reuniu mais de 600 pessoas, entre bancários, estudantes, sindicalistas, parlamentares, militantes partidários e representantes de movimentos sociais, numa ação conjunta contra o risco de retorno do projeto neoliberal representado pela candidatura de José Serra (PSDB-DEM).



Durante o ato, o Sindicato distribuiu documento condenando veementemente as privatizações. “A privatização sempre foi um engodo. O governo FHC, por exemplo, implantou as privatizações a preços baixos, financiou os “compradores”, agiu com autoritarismo, transferindo o patrimônio público, acumulado ao longo de décadas, a poucos grupos empresariais que nem sequer tinham dinheiro para pagar o Tesouro”.

Ao lembrar as inúmeras manifestações para preservar as estatais – realizadas em 1983, durante a ditadura militar, e ao longo do governo FHC – Jacy Afonso de Melo, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e atual secretário de Organização da CUT, destacou a importância da mobilização de todos os trabalhadores para frear as privatizações. “Aquilo que não privatizaram, eles esvaziaram, como o BB e a Caixa, tentando impedir os bancos públicos de trabalharem em prol do desenvolvimento do país”, afirmou. “Não podemos permitir um retrocesso. O país precisar continuar crescendo e distribuindo renda”, acrescentou.



“Estamos abraçando este prédio do Banco do Brasil, mas simbolicamente abraçamos todo o patrimônio público contra a herança privatizadora de FHC, que nestas eleições é representado por José Serra”, destacou Jacques Pena, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Fundação Banco do Brasil.



“Enfrentamos durante o período FHC uma das mais agressivas investidas contra os trabalhadores. Foi quando os bancários amargaram forte arrocho salarial, por exemplo”, lembra Erika Kokay, deputada federal eleita.



O secretário-geral do Sindicato, André Nepomuceno, lembrou que a luta pela manutenção das empresas públicas também acontece no GDF. “Algumas pessoas dizem que houve aparelhamento das empresas estatais. Essas pessoas se esquecem que o BRB já teve diretores, na gestão Arruda, que saíram do cargo algemadas, direto para a cadeia. Isso sim é aparelhamento. Vamos eleger candidatos que defendem o BRB como um banco público e de qualidade”, frisou.



Também participaram do ato os deputados federais Geraldo Magela e Ricardo Berzoini e os distritais Chico Leite e Chico Vigilante.



Ato na Caixa



Um novo ato em defesa das estatais está marcado para o dia 27, em frente ao edifício Matriz da Caixa, também no Setor Bancário Sul

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