quarta-feira, 25 de julho de 2012

Negociação e mobilizações de massa serão as bandeiras da CUT nesse mandato, afirma novo presidente


24/07/2012

Para Vagner Freitas, Central tem o desafio de ampliar participação dos trabalhadores nos espaços de decisão

Escrito por: Luiz Carvalho



Citou a necessidade de rever os sistemas financeiro, tributário, eleitoral e, claro, sindical. Na base desse processo está a ampliação da participação da classe trabalhadora nos espaços de decisão, uma das prioridades dessa nova gestão. E essa mudança, defende, apenas acontecerá mediante muita pressão e capacidade de negociar.

Em entrevista ao Portal da CUT, Freitas comenta a relação da Central com o governo, fala sobre a expectativa com as campanhas salariais neste segundo semestre e comenta como será a atuação do movimento sindical CUTista nas eleições municipais.

O que a CUT priorizará nesta nova gestão?
Vagner Freitas – Essencialmente, estar muito próxima dos sindicatos porque os sindicatos de base é que são o pilar de sustentação da CUT diante da nossa concepção de um sindicato arraigado a partir do local de trabalho, com entidades participativas. Queremos ampliar o papel da CUT como interlocutora da sociedade e dos interesses do trabalhador, discutindo assuntos que vão além do cotidiano no local do trabalho, como a qualidade do transporte que utiliza, da educação da saúde, da segurança. Claro, sabemos que não há negociação sem mobilização, sem poder de enfrentamento dos movimentos sociais, sem colocar a pauta dos trabalhadores nas ruas. E para isso é preciso formar, organizar e negociar.

Falando em negociação, vivemos um momento delicado em que, de um lado, estão os servidores mobilizados e em greve para cobrar melhores condições de trabalho. Do outro, um governo que não apresenta propostas concretas. Como a CUT irá intervir nesse cenário?
Freitas – Primeiro, a CUT concorda com a greve dos servidores e acredita que está faltando interlocução do governo para entender as reivindicações e apresentar soluções. Tem recebido os trabalhadores, mas não tem negociado em cima da pauta, não faz uma contraproposta. E ainda está dizendo que, talvez, no dia 31, se pronuncie. Isso só prolonga a greve. O governo não ajuda a resolver o problema quando não ser pronuncia sobre questões financeiras, de reorganização de carreira. Isso nos preocupa muito. Na conversa que tivemos, os ministros apontaram para a gravidade da crise financeira internacional, colocando que essa é diferente da de 2008. Mas é necessário discutir conosco abertamente para que a crise financeira não seja uma muleta para não atender as reivindicações dos servidores. Ficamos satisfeitos quando a presidenta Dilma recrimina os governos que estabelecem como saída da crise o arrocho fiscal, monetário, diminuição do Estado, tirar direito do trabalhador, ações que vêm do receituário ditado pelo Bando Mundial e FMI.  Mas, se o próprio governo brasileiro diz que a saída deve ser investir no mercado interno, na expansão do crédito, em políticas públicas, aquecer o mercado e até tem feito medidas para garantir que a solução da crise seja diferente do aplicado nos países da Europa, como que agora na discussão com os servidores aponta a crise  como culpada? Vamos ter que repetir para o governo: quem foi o responsável por essa crise não foram os trabalhadores e não pagaremos por ela.

Quais seriam as soluções a longo prazo?
Freitas – Se a crise é preocupante, vamos fazer um debate interno e cobrar o ônus não só do salário dos servidores. Vamos discutir com setor empresarial para estabelecer medidas como uma reforma tributária para que os que ganham mais paguem mais e financiem desenvolvimento do Estado. Queremos ser chamados para discutir soluções que não o arrocho de salário. Nesse momento, a solução é aquela que tenho dito para o governo: negociar, negociar e negociar, trazendo a voz dos trabalhadores e impondo a agenda do crescimento e não da rigidez fiscal. Nós podemos ser parceiros para isso, mas não para pagar pela crise que foi construída pelo capitalismo internacional.

Muitas das transformações passam por decisões no Congresso Nacional. Como será a relação com o Legislativo?

Freitas – O Congresso Nacional é o que está aí e a CUT precisa dialogar com ele. Agora é essencial construir políticas internas para fazer uma grande reforma política garantindo que o trabalhador possa virar parlamentar também e não apenas o empresário. Quando você não tem financiamento público de campanha, vale o jogo de quem tem mais poder financeiro. Por isso temos no Congresso Nacional um trabalhador para cada três empresários. Temos que democratizar a ascensão das pessoas ao parlamento por meio do financiamento público de campanha, do voto em lista.  Precisamos inverter isso para que o parlamento reflita a magnitude da discussão que temos hoje na sociedade, algo que ainda não acontece. Você tem um processo de crescimento, de desenvolvimento econômico, 30 milhões de pessoas saindo da linha da miséria e o Congresso não reflete isso. Isso é uma forma de negar a democracia, negar oportunidades iguais na construção do parlamento. De qualquer forma, vamos procurar as bancadas de cada partido para apresentar a nova Executiva da CUT, a pauta dos trabalhadores que está trancada no Congresso Nacional, fazendo o papel que temos de fazer. Ao mesmo tempo em que pressionaremos o Congresso e o Executivo com as mobilizações de massa e de rua que fazem parte do DNA do sindicalismo CUTista, começando por uma grande marcha em Brasília, no dia 15 de agosto.

No segundo semestre temos as campanhas salariais das principais categorias do setor privado. Como a CUT irá intervir nesse processo?
Freitas – Nosso objetivo é unificar todas essas lutas e transformar as reivindicações específicas na pauta geral. A ideia é combinar a luta entre as várias categorias, pública e privada, rural e urbana, de maneira que uma campanha ajude a outra e todas saiam vitoriosas com ganhos para os trabalhadores. Consequentemente, com o fortalecimento da classe trabalhadora para fazer as transformações que o Brasil precisa. Isso você só faz quando insere além do emprego e salário, lutas gerais que interessam a toda a classe trabalhadora como as reformas tributária, política, do setor financeiro, o fim do Fator Previdenciário, o fim da terceirização, a redução da jornada sem redução de salário.

Como a Central se posicionaria no processo eleitoral?
Freitas
 – Já temos a Plataforma da Classe trabalhadora, que novamente discutiremos com os candidatos, e vamos continuar enfatizando nossas propostas. A ideia também é orientarmos as CUTs estaduais para que façam um levantamento das candidaturas progressistas e que ajudam no desenvolvimento desse nosso projeto CUTista de transformação do país. E orientar as lideranças sindicais a defenderem projetos que defendam propostas relacionadas ao desenvolvimento da classe trabalhadora e contra o retrocesso ao liberalismo econômico e à privataria tucana, do DEM e do PSD.

A campanha por liberdade e autonomia sindical entra numa segunda fase a partir de agora, com um abaixo assinado que percorrerá o país para apoiar a ratificação da Convenção 87 da OIT, que trata da liberdade e autonomia sindical. Como a Central atuará para aprofundar essa luta?
Freitas – 
É fundamental para a democracia brasileira termos sindicatos fortes e organizados. Nossa defesa incondicional da liberdade e da autonomia sindical se dá por conta de acreditarmos que se não tomarmos conta do futuro do sindicalismo no Brasil, corremos o risco de banalizar e enfraquecer os sindicatos. Essa estrutura que temos hoje não ajuda a crescermos, ao contrário, fortalece entidades sem representatividade, sem relação com quem está no local de trabalho. A campanha que fizemos e que daremos continuidade nesse segundo semestre, ocupando todos os estados brasileiros, é de manutenção dos sindicatos como instrumentos de transformação da sociedade. Nossa campanha visa mostrar que o atual modelo só interessa a quem enxerga no movimento sindical meramente um meio de sustentação financeira, principalmente por meio do imposto sindical. Esperamos construir ainda mais adesões a uma campanha que visa fortalecer os sindicatos e lideranças sindicais combativas.

Qual o grande desafio da CUT?
Freitas – 
Ano que vem a CUT faz 30 anos tendo cumprido uma trajetória na construção da resistência e da luta da classe trabalhadora brasileira. Mas, a conjuntura que iremos enfrentar é diferente: à luz do que construímos, precisamos pensar antecipadamente, à frente do nosso tempo, como fizeram aqueles que nos antecederam. Para isso, precisamos qualificar cada vez mais a Central e seus sindicatos para representar o trabalhador na plenitude de suas necessidades e continuar sendo um agente importante na construção de uma sociedade que desejamos, de justiça social, com um Estado indutor da economia, que não seja o mercado a referência de nossas vidas e ocupando os espaços que devemos ocupar. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Movimentos sociais convocam ato de solidariedade à Revolução Bolivariana e ao presidente Chávez



20/07/2012

CUT, UNE, MST e partidos progressistas fazem manifestação na próxima terça-feira em São Paulo

Escrito por:

Hugo Chávez lidera um processo que avança as conquistas sociais e fortalece a integração latino-americana
Hugo Chávez lidera um processo que avança as conquistas sociais e fortalece a integração latino-americana
CONVOCATÓRIA:

No próximo dia 7 de outrubro, acontecem eleições presidenciais na Venezuela.

As pesquisas de opinião indicam uma vantagem para o companheiro Hugo Chávez, atual presidente, o que o levaria à vitória.

Entrentanto, já prevendo essa vitória, a oposição de direita está se preparando para contestar a validade das eleições e do Conselho Nacional Eleitoral, órgão responsável pelo pleito.

O Brasil tem um papel político importante nessa disputa, uma vez que se observa nos meios de comunicação de massa uma articulação da direita venezuelana e brasileira para impedir a continuidade e aprofundamento da Revolução Bolivariana.

Diante desse quadro, partidos políticos, organizações sindicais, movimentos sociais e entidades estudantis estão preocupados em se organizar, em vários países, para desenvolver atividades de solidariedade mundial à Revolução Bolivariana e ao Presidente Hugo Chávez.

Durante o XVIII Encontro del Foro de São Paulo, por exemplo, foi aprovada uma resolução sobre a Venezuela, que sugere a constituição de um comitê unitário para organizar uma campanha internacional de apoio à reeleição do presidente Chávez.

Neste sentido, convocamos a todas e todos para a formação do comitê brasileiro de solidariedade a Hugo Chávez e à Revolução Bolivariana (a campanha Brasil com Chávez), no dia 24 de julho, às 19h00, na Sede Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), na Rua Rego Freitas, 192, República (esquina com Marquês de Itú, perto do metrô República).

Nesta atividade ocorrerá um ato, para o qual esperamos contar com a presença do deputado venezuelano Saul Ortega (PSUV), além de partidos políticos, movimentos sociais e personalidades brasileiras. Também haverá um debate sobre as demais ações da campanha de solidariedade a serem desenvolvidas.
   
PT
PCdoB
Foro de São Paulo
MST
CUT
UNE

*Aberto para novas adesões

DIA DE SOLIDARIEDADE À REVOLUÇÃO BOLIVARIANA E AO PRESIDENTE CHÁVEZ
Dia: 24 de julho de 2012
Hora: 19h
Local: Rua Rego Freitas, 192, República (esquina com Marquês de Itú, perto do metrô República)- sede do PCdoB, em São Paulo

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A CUT apoia a greve dos servidores públicos federais



20/07/2012

“Categoria quer valorização profissional e não ser usada como instrumento de disputa partidária,” diz Vagner Freitas

Escrito por: Vagner Freitas


Nesta quinta-feira (19), ao ser perguntado se havia possibilidade dos servidores públicos federais fazerem uma greve geral, respondi que, em uma democracia, os conflitos se resolvem com diálogo, com negociação. Reforcei com as seguintes frases: “quanto mais negociação, melhor", e "Nós não estamos colocando essa discussão [de paralisação geral], por ora. Se houver essa proposta, discutiremos com a sociedade", conforme reproduziu corretamente o jornal Valor Econômico. Clique aqui para ler.
No entanto, o jornal O Estado de São Paulo, distribuiu para todo o país por meio da Agência Estado, uma matéria com o seguinte título: “CUT não apoia greve, mas pressiona Dilma”. Clique aqui para ler.
Para nós da CUT, a greve é um instrumento legítimo de luta e não temos receio de utilizá-lo sempre que se esgotam as possibilidades de acordo por meio da negociação. E os servidores públicos federais tiveram de recorrer à greve inúmeras vezes para conquistar melhores salários e qualidade de vida, inclusive durante o governo do presidente Lula, cujo projeto nós apoiamos, como todos sabem. É importante lembrar que todas essas mobilizações foram lideradas pela CUT, central que representa 90% dos servidores públicos federais do país.
Segundo levantamento feito pelo Sistema de Acompanhamento de Greves do DIEESE , entre 2003 e 2010, os servidores federais e os trabalhadores públicos da União realizaram 248 greves para pressionar o governo Lula a abrir negociações – as principais reivindicações foram reajustes salariais e reestruturação dos planos de cargos e carreiras. Já entre 1995 e 2002, durante o governo FHC que defendia o Estado mínimo, foram 133 greves.
Fiz essas considerações para que todos entendam que é preciso ler com cuidado as manchetes e os títulos dos jornais, especialmente em épocas de campanha eleitoral. Manchete e título é interpretação do editor responsável e, muitas vezes, quando lemos o conteúdo da matéria percebemos que o entrevistado não falou o que diz o título, como é o caso da matéria do Estadão. Basta ler a matéria do Valor para perceber a diferença de tratamento dado ao que foi dito.
Não só apoiamos a greve dos servidores como estamos fazendo uma série de audiência com ministros para cobrar a abertura de negociações, a apresentação de propostas. Só esta semana me reuni com a ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais), os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Aloizio Mercadante (Educação) deixando clara a preocupação da CUT com a forma como o governo vem tratando os representantes dos trabalhadores no processo. Em todas as audiências deixei claro que é preciso apresentar propostas, não apenas para o pessoal da Educação, mas para todos os servidores. Disse também que não aceitaremos a desculpa da crise. Queremos manter o poder de compra dos salários.
Solicitei uma audiência para a próxima segunda-feira com o ministro Ayres Brito, presidente do Supremo Tribunal Federal, e meu pedido foi atendido. O objetivo é tratar da questão do pessoal da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União – Fenajuf. A audiência, no entanto, talvez tenha que ser adiada por motivos de saúde – contrai uma conjuntivite, mas espero melhorar até segunda-feira.
Tudo isso mostra o comprometimento da CUT, a maior central do Brasil, com a luta dos servidores públicos federais e o nosso compromisso em abrir espaço para negociação, conseguir conquistas para os trabalhadores.
Estaremos atentos a todas as formas de distorção, de manipulação das entrevistas que objetivem tumultuar o processo, desgastar a CUT ou  influenciar nas eleições municipais de outubro. Nossa luta, no momento, é por melhores salários e condições de trabalho para os servidores públicos federais e nada mais.

terça-feira, 17 de julho de 2012

CUT Paraíba realiza reunião de Direção Executiva



A Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT-PB) realiza nesta quarta-feira (dia 18 de julho) uma reunião com sua direção executiva. A reunião está prevista para acontecer a partir das 14h00, na sede da CUT Paraíba, no Centro de João Pessoa.

De acordo com o secretário geral da entidade, Paulo Tavares, o objetivo da reunião é tirar encaminhamentos para as próximas atividades e mobilizações que serão realizadas a partir do XI Congresso Nacional da CUT (CONCUT). O evento foi realizado em São Paulo, durante toda a semana passada (entre os dias 09 e 13 de julho).

A CUT Paraíba enviou 47 delegados ao evento, que levantaram debates referentes à realidade do Nordeste como um todo, em especial a cobrança por políticas públicas de combate e convivência com a seca.

Durante o CONCUT foi eleita a nova Gestão para o triênio 2012/2015 da CUT Nacional e também foram dados encaminhamentos estratégicos para as bandeiras de lutas para o período.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

CUT encerra Congresso aprovando plano de lutas para barrar retrocesso e ampliar conquistas



13/07/2012

Central tomará as ruas do país no segundo semestre por mais empregos, salários e direitos, afirma Vagner Freitas

Escrito por: Leonardo Severo, Luiz Carvalho e William Pedreira


O 11º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), que reuniu mais de 2.300 delegados e delegadas, além de 140 dirigentes sindicais internacionais de 40 países, encerrou nesta sexta-feira (13) num clima de congraçamento e combate, aprovando um sólido plano de lutas para enfrentar os impactos negativos da crise que afunda as economias dos países capitalistas centrais.



O espírito de mobilização e combate manifestado ao longo dos cinco dias de debates ganhou corpo no plano, que centra fogo no protagonismo da classe trabalhadora no campo e na cidade, na defesa do mercado interno, na geração de emprego, na distribuição de renda, na valorização dos servidores e dos serviços públicos, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário, fim do fator previdenciário, contrato coletivo nacional de trabalho da construção civil, democratização da comunicação, reforma agrária e por mais recursos para a agricultura familiar.

Nas intervenções das lideranças dos mais diferentes ramos, uma só determinação: a de afirmar coletivamente, com suas Confederações, Federações e mais de três mil Sindicatos um projeto nacional de desenvolvimento que se contraponha à lógica parasitária e excludente do sistema financeiro.



 
Incluída no Plano de Lutas, a agenda de mobilizações imediatas da CUT para o próximo período, que congrega a Jornada Nacional de Lutas, terá inicio no dia 18 de julho com a marcha dos/as servidores/as federais da CUT com apoio e sustentação da Central.
Já em agosto, no dia 15, A CUT realizará uma grande Marcha levando às ruas a Plataforma em defesa fim do fator previdenciário, contra desoneração patronal, a rotatividade e precarização, pela ratificação da convenção 158, redução da jornada e outras bandeiras de luta heterogêneas que envolvem todo conjunto da classe trabalhadora.

Congregam também a Jornada de Lutas, a participação da Central na Marcha dos Rurais pela Reforma Agrária contra o latifúndio e o agronegócio marcada para agosto, apoio à Marcha Nacional da Educação, em Brasília, que ocorrerá setembro, e, apoio às campanhas salariais unificadas das diversas categorias do segundo semestre contra o retrocesso, buscando ampliar conquistas.


Como destacou o presidente recém-eleito, o bancário Vagner Freitas, “o Brasil precisa deixar de ser o paraíso dos bancos”, investindo na produção e no fortalecimento do setor público os imensos recursos ainda esterilizados na especulação, dotando o país das condições necessárias a incorporar os milhões de jovens que chegam anualmente ao mercado de trabalho, mas também garantindo apoio e segurança aos idosos.

Para isso, ressaltou Vagner, “a CUT vai aprofundar o diálogo com a sociedade civil, fortalecendo ainda mais a aliança com os movimentos sociais, para impedir o retrocesso defendido pelos tucanos e sua política de desmonte do Estado, de privatizações e terceirizações”.
 
Ao final, Vagner leu uma mensagem encaminhada pelo ex-presidente Lula que não pode comparecer ao 11º CONCUT por motivos de saúde.

11º CONCUT: Chapa 1 vence com 90,52% dos votos e Vagner Freitas é o novo presidente da CUT



13/07/2012

Primeiro bancário a assumir direção afirma compromisso de luta da Central por reformas; conheça a nova direção

Escrito por: Luiz Carvalho


Conforme esperado, a “Chapa 1 – Somos Fortes, Somos CUT” foi escolhida pela ampla maioria dos mais de 2 mil delegados que participam do 11º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT).
 

A nova direção representa a renovação de mais de 30% do quadro à frente da entidade.

Pela primeira vez, um bancário ocupará a presidência da maior central sindical do Brasil, representando 38% dos trabalhadores do país, e a quinta maior do mundo. Em 2013, a CUT completa 30 anos.

Nascido na capital paulista, Freitas ocupou a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e também foi presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

O ex-presidente, Artur Henrique, assume agora a secretaria adjunta de Relações Internacionais.

Compromissos

Em seu primeiro discurso como presidente, Vagner Freitas afirmou que a nova direção terá o compromisso de defender os direitos da classe trabalhadora, manter as pautas sociais e continuar com as lutas pela reforma tributária e do setor financeiro.

“O setor financeiro não é voltado a financiar o crescimento e o desenvolvimento. Precisamos pressionar o governo para  realizar uma conferência nacional para que deixemos de ser um paraíso para os bancos.”

A visão de que não há crescimento sem distribuição de renda também permanece na nova gestão, assim como a missão de unificar as lutas dos trabalhadores do campo e da cidade.

Segundo o dirigente, a Central também manterá a intransigência na defesa do Estado como indutor do desenvolvimento. “As políticas públicas não devem ser dominadas pelo capital privado. O financiamento da saúde, da segurança e da educação são compromissos do Estado“, ressaltou, acrescentando que, para isso, é fundamental investir na carreira do servidor público.

De acordo com ele, a nova direção assume num momento em que a pauta da classe trabalhadora se encontra engessada no Congresso Nacional. “Para destravar é preciso muita pressão do movimentos sociais. Quando o ex-presidente Lula se elegeu, em 2002, disse que o governo era de coalização e, portanto tínhamos que fazer o nosso papel para que o governo fizesse o dele. E o papel do movimentos sociais é pressionar nas ruas para que outros não ocupem esse espaço e façam com que a política adota seja aquela que não interessa à classe trabalhadora”, definiu.
 
Por fim, Freitas parabenizou as trabalhadoras CUTistas pela conquista da paridade nas instâncias de direção (clique aqui para ler mais) e deixou um puxão de orelhas ao governo, que sinalizou com o corte do ponto dos servidores federais em greve.

“Se o Estado é democrático, tem que aprender a lidar com conflitos e não pode punir quem está em greve. Exigiremos o imediato recebimento da CUT por parte do Ministro do Planejamento para solução da paralisação no setor público. Porque a greve existe apenas enquanto o governo somente enrola e não aponta propostas consistentes”, criticou.

Fiscalização e homenagens

Candidata à presidente pela chapa derrotada, Rejane Oliveira, parabenizou a nova direção, mas disse que a corrente cobrará autonomia.

“Nós da ‘CUT Pode Mais’ estarmos juntos em todos os momentos em que a CUT se mostrar de luta e combativa e vamos também fiscalizar quando não responder às expectativas da classe trabalhadora. Porque esse é o nosso papel. Acreditamos que a nossa central deve seguir o eixo da autonomia e independência diante de governos e partidos. Que ela seja forte, de luta e saiba seu papel de movimento sindical”, afirmou.


A noite também foi de muitas homenagens. A começar por Artur, que recebeu uma bandeira da CUT assinada pelos funcionários da entidade, como forma de agradecimento ao longo dos seis anos de mandato.


Dois dirigentes que participaram da gestão mais recente também foram lembrados: o ex-vice presidente da Central e atual assessor da secretaria-geral da Presidência da República, José  Feijóo, e o ex-secretário de Relações do Trabalho da CUT e atual secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias.

A celebração terminou com a apresentação do grupo “Nóis não Usa Black Tie”, formado por funcionários da CUT-SP e com o show com a Banda Chroma, dando início à festa.

Conheça quem irá compor a nova direção da CUT

DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DA CUT – GESTÃO 2012/2015

Presidente

Vagner Freitas (Bancário-SP)

Vice-presidente
Carmen Foro (Trabalhador Rural-PA)

Secretário Geral
Sérgio Nobre (Metalúrgico-ABC)

Secretária Geral Adjunta
Maria Godói Faria (Seguridade Social-SP)

Secretário de Administração e Finanças
Quintino Severo (Metalúrgico-RS)

Secretário Adjunto de Administração e Finanças
Aparecido Donizeti da Silva (Químico-SP)

Secretário de Relações Internacionais
João Felício (Educação-SP)

Secretario Adjunto de Relações Internacionais
Artur Henrique (Urbanitário-SP)

Secretária de Combate ao Racismo
Maria Júlia Nogueira (Seguridade Social-MA)

Secretária de Comunicação
Rosane Bertotti (Rural-SC)

Secretária de Formação
José Celestino (Educação-MG)

Secretário Adjunto de Formação
Admirson Ferro Júnior (Greg) (Processamento de Dados-PE)

Secretário da Juventude
Alfredo Santos (Químico-BA)

Secretário do Meio Ambiente
Jasseir Fernandes (Rural-ES)

Secretária da Mulher Trabalhadora
Rosane Silva (Vestuário-RS)

Secretário de Organização
Jacy Afonso (Bancário-DF)

Secretário Adjunto de Organização
Valeir Ertle (Comerciário-SC)

Secretário de Políticas Sociais
Expedito Solaney (Bancário-PE)

Secretário de Relações do Trabalho
Graça Costa (Municipal-CE)

Secretário Adjunto de Relações do Trabalho
Pedro Armengol (Servidor Federal-PI)

Secretária de Saúde
Junéia Martins Batista (Servidora Municipal-SP)

Secretário Adjunto de Saúde
Eduardo Guterra (Portuário-ES)

Diretore(a)s Executivo(a)s
Antônio Lisboa Amâncio do Vale (Educação-DF)
Elisângela dos Santos Araújo (Agricultor Familiar-BA)
Júlio Turra (Professor-SP)
Rogério Pantoja (Urbanitário-PA)
Shakespeare Martins de Jesus (Metalúrgico-MG)
Roni Barbosa (Petroleiros-PR)
Vítor Carvalho (Petroleiro-RJ)
Daniel Gaio (Bancário-DF)
Jandira Uehara (Municipal-Diadema/SP)
Rosana de Deus (Química de SP)

Conselho Fiscal
Dulce Rodrigues Sena Mendonça (Metalúrgica-AM)
Manoel Messias Vale (Rural-BA)
Antonio Kuz (Vestuário-RS)

Suplentes
Raimunda Audinete de Araújo (Telecomunicações-RS)
Simone Soares Lopes (Correios-BA)
Severino Nascimento “Faustão” (Químico-PE)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CUT entrega lista à Comissão da Verdade com mais de 100 trabalhadores assassinados durante a ditadura



11/07/2012

11º CONCUT aprova também comissão própria para acompanhar as investigações

Escrito por: William Pedreira e Leonardo Severo



 
Dentro deste requerimento, a CUT estará apontando à Comissão da Verdade mais de 100 nomes de trabalhadores mortos durante a ditadura militar, casos ainda sem solução, para que haja apuração dos fatos que resulte em informações e respostas para suas famílias. Além disso, a Central criará uma comissão própria que ficará responsável por acompanhar as investigações e encaminhar à Comissão as denúncias de violações aos direitos humanos contra os trabalhadores.
“A CUT nasceu combatendo a ditadura militar, lutou para a reconstituição da memória e direito daqueles que juntos resistiram em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. Tivemos sindicalistas assassinados, sindicatos invadidos e destituição de diretorias eleitas legitimamente. Portanto é nosso papel estar à frente das ações para que a Comissão Nacional da Verdade seja efetiva, soberana, que esclareça, averigue e aponte os responsáveis por tantos danos à classe trabalhadora e à sociedade”, exalta Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT.

Após serem citados os nomes dos combatentes mortos, Artur e Solaney lançaram ao ar pétalas de rosas. Enquanto os nomes eram citados, o plenário respondia com um “presente!”, reverberado pelo passado e para o futuro. “Em vez de uma salva de tiros, uma salva de pétalas de rosa”, declarou Gilney.

Entre tantos nomes queridos, foi muito aplaudido o de Maria Margarida Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada em 12 de agosto de 1983 com um tiro de escopeta no rosto, na presença do marido e do filho. Batalhadora dos direitos dos trabalhadores rurais, constantemente ameaçada pelos latifundiários da região, ela sempre deixou claro o seu compromisso, afirmando com todas as letras: "É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

Delegado do 1º CONCUT realizado no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, Gilney Viana declarou sua emoção pelo empenho da Central em reafirmar seu compromisso histórico. “É imprescindível esse gesto que o 11º CONCUT faz agora. Nós trabalhadores nem sempre tivemos o compromisso de recuperação da memória. Acredito que a CUT, como maior central sindical do Brasil e da América Latina, tem que assumir esta tarefa. Gostaria de propor que a próxima direção possa se reunir com a Comissão Nacional da Verdade, para falar que a classe trabalhadora não foi só assassinada, mas teve usurpada seus direitos, para que isto nunca mais aconteça”, disse. Temos o direito à verdade e à Justiça, sublinhou o representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, “pois sem Justiça reina a tortura, o terror e a impunidade”.

À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE

11º Congresso da Central Única dos Trabalhadores – CUT realizado na cidade de São Paulo entre os dias 9 a 13 de julho de 2012 aprovou esse requerimento em forma de resolução.

Os trabalhadores presentes ao 11º CONCUT se dirigem diretamente à Comissão Nacional da Verdade (Lei 12.528/2011) para:

REQUERER:
Primeiro. A investigação e o esclarecimento das intervenções em Sindicatos dos trabalhadores praticadas pela ditadura militar, de 1964-1985, e os prejuízos causados à classe trabalhadora pelas restrições à liberdade de associação, organização e luta dos sindicatos contra o arrocho salarial.
Segundo.  Averiguação dos inúmeros casos de perseguição policial às lideranças sindicais, cassações de mandatos sindicais, demissões por motivação política, prisão e tortura e os danos morais e materiais decorrentes, bem como a indicação dos nomes das instituições e nomes dos agentes de Estado e seus cúmplices privados; além de assegurar a justa reparação moral e material.
Terceiro. Investigar todos os casos de assassinatos e ou desaparecimentos de sindicalistas e “promover o esclarecimento circunstanciado” e “sua autoria”, como manda o Inciso II; e “identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias” como determina o inciso III do art. 3º da Lei 12.528/2011.
Quarto.  Investigaresclarecer e garantir o direito à Memória, à Verdade, à Justiça, à Anistia Política e à Reparação Moral e Material (esta última aos familiares) dos 82 sindicalistas rurais mortos e ou desaparecidos durante o período de 1961-1988 que até hoje foram excluídos dos direitos da Justiça de Transição; bem como de outros sindicalistas que não obtiveram reconhecimento perante a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Lei 9.140/1995).
Quinto. Investigar e esclarecer os vários atentados e massacres a movimento organizados de trabalhadores a exemplo do caso de Ipatinga, ocorrido em 07 de outubro de 1963, em Ipatinga, Vale do Aço, Minas Gerais; até hoje o numero ainda não mensurado de trabalhadores que foi reprimido, espancado e assassinados sem que tenha sido restituída a verdade dos fatos e respeitada à memória dos trabalhadores e reparado os danos aos seus familiares. 
 Sexto. A CUT encaminha em anexo uma lista preliminar, sujeita a revisão a partir de novas informações, a Lista Nº 01 de 82 sindicalistas rurais mortos e desaparecidos até hoje não reconhecidos oficialmente; a Lista 02 de 04 sindicalistas mortos e ou desaparecidos cujos processos ou não foram apreciados ou foram indeferidos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos; e finalmente a Lista 03 de 23 Sindicalistas Mortos e Desaparecidos reconhecidos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, cujos casos merecem como os demais, ser investigados em toda extensão para que se resgate a Memória, sobrevenha toda a Verdade e se busque a Justiça.
Sétimo. O 11º CONCUT delega a Executiva Nacional da CUT constituir uma Comissão para acompanhar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. A Comissão de Acompanhamento da CUT estimulara o resgate da memória dos trabalhadores, perseguidos, mortos e desaparecidos, recebera e encaminhara a CNV as denuncias das violações aos direitos humanos contra os trabalhadores durante a ditadura militar.

São Paulo (SP), 11 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

Na abertura de seu Congresso, CUT reafirma que vai se empenhar nas eleições deste ano e ampliar mobilizações



09/07/2012

Em discurso, presidente da Central também cobra democratização das comunicações

Escrito por: Isaías Dalle e Leonardo Severo




Na cerimônia oficial de abertura do 11º CONCUT (Congresso Nacional da CUT), realizada na noite desta segunda na capital paulista, o presidente da Central, Artur Henrique, afirmou que a entidade vai se dedicar às eleições municipais deste ano, defendendo voto em candidatos de origem popular e trabalhista, e que vai intensificar as mobilizações por aumentos salariais e por ampliação de direitos. Artur destacou as mobilizações dos servidores públicos, que neste período pressionam o governo federal por aumentos e reestruturação de carreira, e disse que a valorização desses trabalhadores é indispensável para fortalecer o Estado como indutor do crescimento, papel este que, lembrou Artur, foi o instrumento de melhoria da distribuição de renda e do combate à crise nos últimos 11 anos.
 
Artur também atacou a recente derrubada do presidente paraguaio Fernando Lugo, que classificou como “golpe”, e usou o exemplo para afirmar que “a direita está viva, o neoliberalismo ainda não acabou”. Por isso, disse, é preciso ter partidos fortes e o movimento social precisa estar permanentemente mobilizado. “Mas isso não basta. É preciso radicalizar a democracia, ampliar o controle social e a participação popular nas decisões e na condução do País”, completou.
 
O ex-presidente Lula, que era aguardado pelos mais de 2,5 mil delegados presentes ao auditório do centro de exposições Transamérica, cancelou a vinda ao final da tarde, por recomendação médica, em função da queda de temperatura na cidade, que à noite bateu 14 graus. Isso não impediu que a plateia cantasse “olé, olé, olé, olá, Lula, Lula” por mais de um minuto, após o coordenador geral do CONCUT e secretário geral, Quintino Severo, ter transmitido a informação.
 
Artur, que neste Congresso deixa a Presidência da CUT após seis anos e dois mandatos, abraçou o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, ao comentar o posicionamento da Central nas eleições do segundo semestre deste ano. “Daqui a pouco, estaremos numa intensa disputa política. E a CUT não tem vergonha de dizer que tem lado nessa disputa. Nós não podemos permitir o retrocesso, a volta dos derrotados, do neoliberalismo. E a nossa ferramenta para fazer essa disputa é a Plataforma da Classe Trabalhadora para as Eleições”, comentou. A Plataforma é um documento com diversas propostas da CUT para os candidatos, e a CUT pretende apoiar aqueles que se comprometerem em buscar a implementação delas.
 
Outra cobrança foi pela reforma tributária. “Hoje no Brasil, quem aplica em especulação financeira não paga imposto, mas quem quer produzir, paga e paga muito. Nós precisamos de uma mudança estrutural, não apenas de medidas de desoneração pontuais”, argumentou.
 
A imprensa tradicional também foi criticada. “Hoje me mostraram uma manchete de um jornal aqui de São Paulo, que tenta desqualificar nossa luta”, disse Artur. Ele fazia referência a texto em que o jornal Folha de S. Paulo insinua que a CUT pretende fazer pressão sobre o STF no julgamento de processo envolvendo lideranças da campanha presidencial vitoriosa de 2002. Na verdade, na entrevista que Vagner Freitas, atual secretário de Finanças, deu ao jornal, o dirigente apenas cobrou um julgamento justo, com base nos autos, e que os ministros do Supremo não se deixem influenciar pela campanha e pressão política comandada pela mídia e pela oposição.
“Nós aqui vamos passar cinco dias discutindo temas da vida real de trabalhadores e trabalhadoras, e a imprensa fica distorcendo as coisas, inventando fatos. Isso não me surpreende. Já colocamos 100 mil mulheres em uma mobilização como a Marcha das Margaridas e a imprensa não deu uma única linha”, desabafou. Em seguida, defendeu a democratização da comunicação. E dirigindo-se ao ex-ministro José Dirceu e ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, presentes na plateia: “Precisamos de partidos fortes”.



Em seguida, o secretário geral da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), o paraguaio Victor Baez, emendou: “A Constituição do Paraguai foi quebrantada por um bando de golpistas. E esse que se intitula novo presidente do país não passa de um golpista”.
 
Falando em nome da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Nalu Faria destacou “o papel histórico que a CUT tem desempenhado na luta pela emancipação da classe trabalhadora, rumo à construção de um novo modelo de produção e consumo”. “Não queremos a mercantilização da natureza, a exploração intensiva dos bens comuns nem a desumanização das relações pessoais”, acrescentou.
 
O deputado Marco Maia citou alguns temas em debate pelo Congresso Nacional no último período – que vêm sendo chamados como “pauta bomba” pela imprensa – por dialogar com os interesses da sociedade e do país. Entre os pontos, o presidente da Câmara citou a a redução da jornada dos enfermeiros para 30 horas semanais, o pagamento do adicional de periculosidade para os vigilantes e o fim do fator previdenciário, que qualificou de “chaga que tem prejudicado milhões”. Chamando para seu lado o ex-presidente da CUT, deputado Vicentinho, Marco Maia enfatizou: “Enquanto estivermos na Câmara não vai haver retrocesso. Vamos lutar para avançar nos direitos. Este é o nosso compromisso e a nossa história”.
 
Destacando o protagonismo da CUT, o ministro do Trabalho e Emprego, Leonel Brizola Neto alertou aos que querem responder à crise financeira dos países capitalistas centrais com medidas restritivas ditadas pela velha ortodoxia econômica. “Se o Brasil tem passado longe da crise é porque tem afirmado o valor do trabalho, investido na formalização, na criação de mais e melhores empregos. Por isso nossa agenda é exemplo para o mundo”, destacou. Brizola Neto lembrou que o Continente vive hoje “o florescimento de governos populares, nacionalistas, comprometidos com a melhoria dos seus povos e dos trabalhadores”, o que fortalece o processo de integração que se contrapõe ao receituário neoliberal. Entre os desafios colocados pela conjuntura neste momento, frisou, está o combate à alta rotatividade, “um crime contra o trabalhador demitido”. O ministro afirmou que é inadmissível que as empresas usem e abusem da rotatividade para enxugar custos e se comprometeu a, junto com CUT e as demais centrais, enfrentar o problema de o país anualmente gerar 17 milhões de empregos e desempregar 15 milhões.
 
Encerrando o ato, o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI) Michael Sommer, reiterou o papel da CUT no enfrentamento à crise como um estímulo à luta do sindicalismo mundial para impedir o retrocesso e avançar nas conquistas.
 
Entre outros, estiveram presentes o senador Eduardo Suplicy; os deputados federais José Fillipi Júnior e Telma de Souza; o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino; e os presidentes das centrais CTB, Vagner Gomes; CGTB, Ubiraci Dantas; Força Sindical, Miguel Torres e UGT, Ricardo Patah, além da representante da OIT no Brasil, Laís Abramo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Paraíba leva 47 delegados para CONCUT, em São Paulo




                Quarenta e sete delegados paraibanos estão deixando o Estado neste próximo domingo (dia 08) para participar do XI Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT). O evento acontece entre os dias 9 e 13 deste mês, em São Paulo, e deverá reunir centenas de sindicalistas de todos os Estados brasileiros.

                De acordo com o presidente da CUT Paraíba, Paulo Marcelo, os delegados paraibanos vão levantar o debate sobre propostas de políticas públicas específicas para o Nordeste, em especial sobre políticas de ações e métodos para convivência com a seca, principalmente na região do Semi-árido paraibano. “Não podemos aceitar que a seca seja só tratada como uma situação emergencial, cujas ações se resumem ao envio de cestas básicas de alimentos e carros-pipa”, destacou Paulo Marcelo.

                 O presidente da CUT Paraíba destacou ainda que o durante o evento também acontecem as eleições para a gestão 2012/2015 da CUT Nacional. Paulo Marcelo destacou que como resultado do Congresso seja elabora uma agenda que inclua tudo o que os sindicalistas cutistas vem discutindo ao longo do atual mandato. Tratam-se de ações para evidenciar bandeiras de lutas como a liberdade e a autonomia sindical, a campanha pela redução da Jornada de Trabalho Sem Redução de Salário e a Igualdade de Direitos para Terceirizados.

                “Vamos discutir maneiras da CUT, como maior Central Sindical do Brasil e da América Latina, estar presente em todas as regiões do país, acompanhando de perto as bandeiras de lutas de todas as Regiões do Brasil”, disse Paulo Marcelo.