terça-feira, 25 de outubro de 2011

Seminário promove discussão sobre a formação e o fortalecimento de redes sindicais

Enviado por Alex Capuano em seg, 24/10/2011 - 10:19.

Entre os dias 17 e 20 de outubro, mais de 80 pessoas estiveram presentes no Centro de Convenções Santa Mônica para participar do Seminário das Redes Sindicais em Multinacionais Alemãs e Brasileiras. A atividade faz parte do projeto CUT/IOS/ DGB Bildungswerk que tem como objetivo a promoção da organização e o fortalecimento das redes sindicais em empresas multinacionais alemãs e brasileiras, além da busca de Acordos Marcam que permitam o exercício de um Diálogo Social permanente entre as redes partindo dos ramos metalúrgico e químico e as respectivas empresas.
O encontro reuniu representantes sindicais de empresas da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) que estarão envolvidas no projeto previsto para ser concluído em 2013. As empresas foram indicadas pelas respectivas confederações e escolhidas em comum acordo entre o Grupo de Trabalho do Projeto e a DGB Bildungswerk. Durante quatro dias, dirigentes sindicais de empresas do Ramo Químico (Braskem, CBC, Henkel, Knauf, Linde e Schot) e do Ramo Metalúrgico (Leoni, Mannesmann, Stihl, Thyssenkrupp e Weg) trocaram experiências sobre organização no local de trabalho e redes sindicais.
A mesa de abertura do seminário foi composta por Antenor Eiji Nakamura "Kazu", Coordenador Geral da CNQ, Sérgio Novais, da ICEM e da CNQ, Amarildo Bolito, do IOS, Nina Berg, da DGB, Paulo Cayres, da CNM e Manoel Campos, da FITIM. Em seguida, Kjeld Agaard Jakobsen, um dos fundadores do Instituto Observatório Social e ex-secretário de Relações Internacionais da CUT, fez uma apresentação sobre a conjuntura internacional, crise econômica mundial, mercado das multinacionais e as conseqüências para o mundo do trabalho. Kjeld também comentou a estrutura sindical brasileira, as redes e organizações no local de trabalho e os acordos marco internacionais.
Ainda no primeiro dia foram apresentados os objetivos do projeto CUT/IOS/DGB para as Confederações e os trabalhadores(as) das empresas envolvidas. Participaram da discussão José Drummond – CUT, Hélio da Costa – IOS, João Cayres – CNM, Nina Berg –DGB e Fábio Lins – CNQ.
No decorrer do seminário houve uma importante troca de informações entre os trabalhadores e os participantes do projeto. O IOS forneceu informações gerais sobre as empresas e os trabalhadores preencheram questionários sobre a atual situação de cada rede (formada ou por formar).
Também fez parte da programação uma oficina de novas tecnologias com Alex Capuano, coordenador do projeto ‘Conexão Sindical’ do Instituto Observatório Social. A oficina foi uma oportunidade de apresentar aos trabalhadores possibilidades e ferramentas que ajudam a melhorar a comunicação e que são de extrema importância para o movimento sindical.
Para Lilian Arruda, coordenadora de pesquisa do Instituto Observatório Social, esse seminário foi uma atividade muito importante não apenas para o projeto, mas para a organização sindical porque possibilitou a mobilização dos trabalhadores e a troca de experiências entre dois ramos muito importantes da CUT, o químico e o metalúrgico. “Da mesma forma que nós oferecemos informações, recebemos muita informação dos trabalhadores e ninguém conhece melhor as empresas e o local de trabalho do que eles”, disse. Ela ainda explicou que o IOS possibilita uma esquematização dessas informações que os próprios trabalhadores fornecem. “Essas informações organizadas por sua vez são importantes para o movimento sindical, mas essa ferramenta só será importante se houver uma grande disposição sindical para utilizá-las”, completou.
Na avaliação de Fábio Lins, da CNQ, a tarefa de organizar os trabalhadores para melhorar as condições de trabalho nas multinacionais não é fácil, “mas a gente se motiva quando percebe que não estamos só”, afirmou . “A gente se sente orgulhoso quando transmite solidariedade e quando pratica solidariedade e também se sente motivado quando planeja algo e consegue executar. E o sucesso deste seminário é um dos primeiros grandes passos do projeto”, finalizou.
Hélio da Costa, coordenador do Programa de Responsabilidade Social do IOS, falou sobre a necessidade de se construir um plano de formação com várias etapas para trabalhar temas apontados pelos próprios trabalhadores. “A ideia deste projeto é construir um piloto para criação de redes em outros ramos. É um projeto bastante ambicioso, mas eu acho bastante possível. É importante para que esse processo seja exitoso, que a gente esteja presente nos cursos que forem oferecidos”, afirmou.
Nina Berg, coordenadora da DGB Bildungswerkna América Latina, manifestou a sua satisfação em ver o reconhecimento do trabalho de pesquisa e disse estar orgulhosa por ter o Instituto Observatório Social como parceiro. Também apontou os treinamentos práticos e a formação em interculturalidade como instrumentos importantes para conhecer melhor a empresa e a sua cultura e assim, construir relações com as empresas e colegas alemães e conseguir um melhor diálogo com os empresários.
José Drummond, da secretaria de Relações Internacionais da CUT encerrou o seminário dizendo que fazparte do processo entender a cultura dos alemães, “eles vem de outro histórico, são coisas que não dá pra copiar, simplesmente. Eu espero que no futuro a gente possa construir muito mais redes e que tenha um conjunto que possa ajudar os sindicatos a ter uma abordagem diferente com essas multinacionais – e através dela, nós possamos descer na cadeia produtiva melhorando assim as condições de todos os trabalhadores”, concluiu.
Assista ao documentário “Comissão de Fábrica da Bayer” e conheça as vantagens de se ter uma organização de trabalhadores no local de trabalho.

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